Paul Singer, Aloisio Mercadante, Miguel Jorge e Alencar Burti, sobre os primeiros anos das câmaras setoriais (CSs) e em especial sobre os dois acordos na CS da indústria automobilística
Criadas em 1989 com vistas à política industrial, em 1991 as CSs foram reinventadas para “administrar” o descongelamento de preços seguindo-se ao Plano Collor 2, o que foi celebrado por Paul Singer (FSP, 27.04.91) CSs – pouco demais, tarde demais, em vista do que viria a seguir. O primeiro acordo CS automotiva, de março de 1992, é descrito na matéria de Claudia Safatle para a GM (27.03.92) Grande Acordo Setorial para Conter Preços, e celebrado como extraordinária descoberta por Aloisio Mercadante (FSP, 30.03.92) em Inflação, CSs e o Caminho. O acordo foi renovado em junho merecendo ruidosa propaganda de representantes da indústria, como o doutor Alencar Burti (FSP, 08.06.92) CS: o Caminho da Modernidade, e como o jornalistaMiguel Jorge, então Vice Presidente de Assuntos Corporativos da Autolatina, em Renovação do Acordo da Indústria Automobilística (GM, 04.07.92) e Quem Ganha com o Acordo das Montadoras (FSP, 06.07.92). Questionando essas avaliações escrevi Maravilhas do Acordo Automotivo (FSP, 14.07.92) destacando os custos fiscais e favores regulatórios, temas que ainda não estavam maduros naqueles dias. Luís Nassif (FSP, 29.10.92) em O Espaço das CSs especulava sobre a importância do instrumento para a política industrial e Aloisio Mercadante (FSP, 12.12.92) em Negociar, Distribuir e Crescer já falava em “controle social da inflação” como alternativa ao neoliberalismo. A movimentação para o segundo acordo, de fevereiro de 1993, pode ser vista em CS e Apartheid Social (FSP, 21.02.93) por Aloisio Mercadante. A propósito deste acordo escrevi O Novo Acordo (FSP, 21.02.93), que mereceu uma resposta direta de Miguel Jorge (FSP, 06.03.93) em Quem Ganha com o Acordo. Como réplica publiquei Quanto Custou o Acordo Automotivo (FSP, 18.03.93) estimando a renúncia fiscal envolvida em algo como US$ 1,4 bilhão. A tréplica de Miguel Jorge veio em Só Não Vê Quem Não Quer (FSP, 15.04.93) e a minha resposta, logo em seguida (FSP 22.04.93), em A Lavagem de um Subsídio.Miguel Jorge ainda publicaria (FSP, 09.05.94) Uma Estranha Obsessão, retirando-se da controvérsia em um momento onde Fernando Henrique Cardoso assumia o Ministério da Fazenda e este que vos fala a Secretaria de Política Econômica, na posição de Adjunto.